Dia Internacional para a Redução de Risco de Catástrofe

Nos Açores, a reduzida dimensão das bacias hidrográficas, assim como os declives acentuados e tempos de concentração reduzidos, propiciam a ocorrência de cheias rápidas de regime torrencial, por vezes devastador e frequentemente associado a um elevado transporte de caudais sólidos. Estes episódios são também favorecidos pela alteração dos usos do solo ao longo das últimas décadas, em particular pela transformação de áreas ocupadas por floresta ou vegetação natural em pastagens e ocupação dos leitos de cheia com áreas urbanas.Com vista a minimizar os efeitos das alterações climáticas, em particular os riscos associados a cheias e inundações, a Região Autónoma dos Açores possui instrumentos de gestão territorial e normativos para reduzir e, sempre que possível, evitar os impactes associados a este tipo de riscos.Nesta linha, o LIFE IP CLIMAZ, projeto coordenado pela Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, centra-se em assegurar a implementação de um grupo de medidas cujo objetivo se prende com a realização de diretrizes chave específicas e transversais de adaptação e mitigação às alterações climáticas, diminuindo o risco de catástrofe, das quais se realça o reforço da resistência territorial a vulnerabilidades e riscos, com soluções baseadas na natureza para adaptação a eventos climáticos extremos. Para o efeito, no âmbito do LIFE IP CLIMAZ foram selecionados troços de cursos de água com ocorrências recorrentes de inundações, com prejuízos materiais consideráveis, para serem intervencionados e requalificados com técnicas de engenharia natural, contribuindo para a criação de uma faixa tampão e de proteção da zona ribeirinha que oferecerá uma maior resiliência das áreas de elevado risco de inundação.